Depois de 8 anos dei cabo ao nosso affair. Affair de longa data – o maior que tive –  sei que devia ter tratado com mais carinho todo esse “caso” mas você sabe, quando grito que é o fim, viro as costas e só consigo pensar em partir depressa.

Não te deixo por esses motivos que naturalmente se deixam: Não te substituí, nada tomou meu coração de surpresa como era habitual, nada melhor apareceu, entende? A questão é que você´continuou a mesma coisa. E eu saí por aí, e andei tanto, e vi tanta coisa que são impossíveis de desver. Quando voltei pra você ali em Setembro eu me empolguei com a sua empolgação, ainda existia uma faísca. Quando retornei com mais tempo, neste mês, fiquei assustada.

Me assombrei especificamente quando me vi ali deitada, costas nuas, diante de um espelho de hotel fuleiro. Me realizei só. Só e diante de ti ao mesmo tempo. E me assustei com tamanha densidade que eu havia me tornado ao longo desses 8 anos; veio o frio na espinha, bateu aquele vento de chuva, eu entrei em pânico e daí pra frente você ja sabe. Eu quase não podia esperar o amanhecer pra sumir de vez.

Desculpa o jeito brusco, sem deixar sequer um bilhete depois de noites tão incríveis mas a gente parou de dialogar faz tempo.  Confesso que só te mantinha certo apreço por romantizar demais cidades como você;

Mas cidades como você me despem demais.